Algumas Informações Interessantes acerca a Constelação da Lira

Carta Celeste realizada por Mario Jaci Monteiro

LYRA, A LIRA

Compilação
e Tradução (quando necessário)
e escrita (em alguns comentários):

Janine Milward


Posicionamento:
Ascensão Reta  18h12m / 19h26m     Declinação +25o.6 / +47o.7
A Constelação da Lira ocupa somente 286 graus quadrados do céu e está na pposição 52a. em termos de tamanho dentre as 88 constelações.

Fronteiras:
Hercules Vulpecula, Cygnus, Draco




ALGUMAS INFORMAÇÕES INTERESSANTES
ACERCA ESTA CONSTELAÇÃO:

A Lira foi uma das primeiras constelações a serem descritas.  Sua beleza e sua delicadeza são efetivamente encantadoras e não conheço ninguém que não se sinta atraído por sua beleza ímpar. 

É importante que não nos esqueçamos do fato de que Vega,a estrela Alpha Lyrae, atuou como a estrela polar (há mais de 12 milênios atrás).  Vega estará novamente ocupando o lugar de estrela polar mais uns tantos milênios à frente (14.000 anos DC, ou seja mais 12.000 anos à frente) - sempre a estrela polar mais brilhante!





A Precessão acontece porque as forças gravitacionais do sol e da lua atuam por sobre a Terra (que não é esférica) enquanto esta gira, vagarosamente mudando a orientação do eixo da Terra.  Este eixo, inclinado num ângulo de 23o., traça um caminho em torno da eclíptica ao longo de 25.800 mil anos terrestres na realização de todo seu círculo. Isso significa que Polaris - a estrela que viemos considerando nossa estrela polar  celestial do norte -, vagarosamente irá transmitir sua posição à Vega, a brilhante estrela da constelação da Lira. 

Extraído da revista Astronomy,  edição de junho de 2002, página 73.  Parte do texto foi traduzido literalmente por Janine e também a ilustração sobre o caminho do pólo norte celestial foi invertida, para melhor visualização.



2015 May 8
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When Vega is North 
Image Credit & Copyright: Miguel Claro | Dark Sky Alqueva
Explanation: In only about 12,000 years Vega will be the North Star, the closest bright star to our fair planet's North Celestial Pole. By then, when you fix your camera to a tripod long exposures of the night sky will show the concentric arcs of star trails centered on a point near Vega as Earth rotates on its axis. Of course, presently the bright star conveniently near the North Celestial Pole is Polaris, but that will change as the Earth's axis of rotation precesses, like the wobble of a spinning top with a precession period of about 26,000 years. If your camera is ready now and you don't want to wait 12,000 years for Vega to be the North Star, consider this ingenious demonstration of contemporary star trails (left) versus star trails reminiscent of the year 14000 CE. Both were recorded this April at the Alqueva Dark Sky Reserve in Alentejo, Portugal. To produce the more Vega-centric star trails of the distant future, astronomer Miguel Claro combined the rotation of two startracking camera mounts to create the apparent shift in planet Earth's North Celestial Pole.




Existe um fato bem interessante (extremamente futurista) em relação a Vega: sabemos que Sirius é a estrela mais brilhante do céu, em magnitude visual, é claro.  No entanto, nem sempre Sirius reinou absoluta, ou seja, o reinado desta belíssima estrela teve seu começo em 90 mil anos antes de agora e terminará em mais 210 mil anos à frente - sendo que o momento ápice de seu brilhantismo acontecerá mais 60 mil anos à frente.  Então, entrará em cena a estrela Vega, que reinará a partir de 210 mil anos à frente e concluirá seu reinado em 480 mil anos no futuro... e Canopus será a candidata seguinte...  Durante o tempo em que Vega estiver ocupando o lugar de estrela mais brilhante, é certo que - permanecendo o eixo da Terra inclinado num ângulo de 23o -, esta estrela também estará ocupando o trono de Estrela Polar a cada 26 mil anos!


Uma das mais conhecidas nebulosas pode ser observada (apenas através telescópios - embora alguns alfarrábios digam que é possível visualizar este objeto através binóculos) na direção desta constelação, a um terço da distância entre as estrelas Beta e Gamma Lyrae: é
A Nebulosa do Anel, M 57 - NGC 6720.



M57: The Ring Nebula
Credit: 
H. Bond et al., Hubble Heritage Team (STScI/AURA), NASA


Existe o chamado Triângulo do Verão (no hemisfério norte) formado pelas estrelas Alpha das constelações da Lira, do Cisne e da Águia - Vega, Deneb e Altair, respectivamente -, e  é realmente muito bonito de ser ver nos céus estrelados este belo triângulo - que podemos também pensar como acolhendo Três Pássaros (Vultur Cadens, a Lira ou O Abutre Mergulhando, e o Cisne e a Águia, naturalmente!).  



Extraído da Revista Astronomy, edição de setembro de 1998, página 86. 
A inserção dos nomes das estrelas Altair, Vega e Deneb são minhas, Janine, bem como a inversão do mapa, para melhor visualização virtual.


A Via Láctea quase toca a  Lira porém vai esfumaçando as constelações da Águia e do Cisne. 

A Águia voa através as estrelinhas de algodão da Via Láctea e sua estrela Alpha, Altair, vem, altaneira, acompanhada por duas estrelinhas, uma de cada lado, um tanto que imitando as três estrelas que fazem parte do Cinturão de Òrion, as popularmente conhecidas como As Três Marias.  O Cisne também alça seu vôo glorioso através as estrelinhas de algodão da Via Láctea, abrindo suas asas de maneira ampla, distendida, vigorosa e sempre apresentando sua estrela Alpha, Deneb (que quer dizer Cauda).  A Lira observa de perto a Via Láctea, porém sem se deixar envolver pelas estrelinhas de algodão..., o que faz com que Vega se apresente de maneira ainda mais deslumbrante, o que faz com que a Lira pareça realmente ser tocada pelos deuses e pelos homens, produzindo a música das esferas, o doce som do universo.







Céu extraído de uma edição da revista Astronomy e mostrando o Triângulo do Verão: a Águia e sua belíssima Altair, mais embaixo; a Lira e sua maravilhosa Vega, em cima e à direita; e o Cisne e sua encantadora Deneb, em cima e à esquerda. (A extração da imagem do Triângulo e a imagem invertida foram realizadas por Janine)


E existe dentro da constelação da Lira em si, também um triângulo - formado entre as estrelas Alpha (Vega) e Zeta e Epsilon - que é muitíssimo interessante e vem sendo comentado desde sempre por todos os povos.  Aliás, é importante que saibamos que a estrela Epsilon é um Sistema Quarternário conhecido como Double double (Duplo duplo).  Vega e Zeta Lyrae também se apresentam com suas companheiras. 



Extraído da Revista Sky&Telescope, edição de julho de 1998, páginas 103/4. A inserção da inversão do mapa, para melhor visualização virtual, foi realizada por mim, Janine.


Estes dois Triângulos são tão impressionantes O Triângulo do Verão) que se abre para O Pequeno Triângulo visto a olho nú e conjugando Vega, Alpha, e as estrelas Zeta e Epsilon Lyrae).

O Grande Triângulo leva o observador à Vega - já bem situada pelo fato de fazer parte do Pequeno Triângulo. 

A meu ver, a importância desses Triângulos que podem ser compreendidos como Portais, esses direcionamentos para o Observador e Amante das Estrelas, é o fato de que o Apex do Sol situa-se bem próximo à estrela Alpha da Lira, Vega, denominada pelos babilônios de A Mensageira da Luz (e possivelmente também esta denominação aconteça devido ao fato de que Vega atuou como Estrela Polar cerca de mais de 12 mil anos atrás e mantém cadeira cativa para novamente ocupar este lugar mais quase o mesmo tempo à frente....  Além disso, Vega é a estrela mais brilhante a ocupar este trono). 

Para os chineses, coreanos e japoneses, Vega acolhedora do Pequeno Triângulo, formava um dos pontos concluidores da Ponte da Via Lactea - sendo que o outro ponto concluidor situava-se na estrela Altair, Alpha Aquilae, e ainda esta Ponte poderia acolher Deneb, Alpha Cygnus.  Se olharmos uma Carta Celeste com boa acuidade ao representar o leito de estrelas esfumaçadas da Via Láctea, poderemos constatar que na altura das constelações Cauda da Serpente, Escudo, Hercules, passa a acontecer um hiato, um vazio, uma ausência, um caminho escurecido e sem a visão do leito de algodão. 

Este caminho de vazio é como se fosse um Rio entremeado por duas margens da Via Láctea, e vai seguindo, passando pela constelação Aquila e finalizando na constelação Cygnus - embora as cartas celestes bem acuradas nos mostram que existem duas lagoas ainda antes de entrar em cena a estrela Deneb, a Cauda do Cisne. 

Pelo fato da constelação Lyra não ser tocada pela parte da Via Láctea que atua enquanto uma das margens desse Rio e pelo fato de a estrela Alpha Cygnus, Deneb, já estar plenamente situada no reencontro das duas margens desse Rio do Vazio (denominação minha) ..., cabe à estrela Altair, Alpha Aquilae, atuar enquanto um dos lados da Ponte que Cruza o Rio do Vazio entre as Duas Margens compostas pela Via Láctea..., e cabe à estrela Vega, Alpha Lyrae, atuar enquanto o outro lado dessa mesma Ponte que Cruza o Rio do Vazio.  Todas estas questões somente podem ser bem visualizadas ou em bons alfarrábios de cartas celestes que apontem este Tema ou através a visualização a olho nú desse Tema, estando o observador situado em lugares de céus escuros e transparentes, é claro. 

Possivelmente, esta Ponte sugerida pelos povos antigos tinha por razão o bom direcionamento para alcançar Vega, aquela que é a mais brilhante das estrelas a atuarem enquanto Estrela Polar, aquela cujo lugar onde se encontra é denominado de o Apex do Sol (a direção para onde nosso Sol se encaminha), aquela que foi denominada pelos babilônios como A Mensageira da Luz. 

Não podemos nos esquecer a questão do Equador Galáctico que vai se insinuando através o delineamento irregular da Via Láctea mas que, no caso do Rio do Vazio traz bom sentido à Ponte imaginária entre as estrelas Altair e Vega - assim como podemos observar em alguns alfarrábios que traçam esta Linha passando bem próxima à Deneb porém afirmando o posicionamento de Altair e Vega em margens opostas.

 E também o fato de a estrela Vega ocupar trono cativo a cada quase 26 anos em termos de estrela apontadora para o Pólo Norte Celestial, rendeu-lhe designação dos arcádios como  A Vida do Céu e pelo assírios como Juiz do Céu.

O povo Chumash, nativo norte-americano, narrava em seus mitos sobre a constelação da Lira (bem como sobre a constelação do Cisne) um país dos mortos.  Para este povo, as constelações envolvidas pela Via Láctea ou em seus arredores representavam desafios que somente as boas almas poderiam trazer a bom têrmo, serem bem-sucedidas, antes de adentrarem o país dos mortos - e a grande fissura na Via Láctea seria a indicadora desta passagem.



Extraído da Revista Sky&Telescope, edição de julho de 1998, páginas 103/4. A inserção da inversão do mapa, para melhor visualização virtual, foi realizada por mim, Janine.


Os hindús incluíam o Tema do Pequeno Triângulo como 20o nakshatva, Abhijt, O Vitorioso, bem distante do caminho da Lua através a Eclíptica porém não podendo  deixar de ser mencionado devido ao seu encantamento, ao seu esplendor e por ser traduzido em trazer bons augúrios. Para os árabes, este Pequeno Triângulo formava um dos muitos Athafyy e considerado ‘do povo’ enquanto outros, bem mais pálidos, em Aries, Draco, Musca e Orion, eram considerados ‘dos astrônomos’ - porquanto os objetos celestes são sempre muito simples para eles (os astrônomos) e invisíveis para o observador comum (o povo).


Sobre o Apex do Sol, o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão nos explica: “ Nosso sistema solar, como um todo, se desloca através do espaço em direção a Vega, a estrela mais brilhante da constelação de Lira. É bom lembrar que Vega também se desloca pelo espaço, de maneira que, quando nosso Sistema atingir o lugar ocupado atualmente por Vega (+- 26 anos-luz), ela não estará mais em tal posição.”
A velocidade do Sol em torno da Galáxia é de 220 kms por segundo.  Todo o Sistema Solar existe a partir da atração gravitacional e seu equilíbrio exercidos pela Terra (incluindo você e eu e todos os seres que aqui vivemos, certamente) e os demais corpos celestes nossos vizinhos em relação à nossa estrela maior, nosso Sol.   Sendo assim, todo o Sistema Solar onde vivemos encontra-se em constante movimentação (todos os objetos celestes se movimentam, certamente) e este nosso movimento vem nos levando em direção a aquilo que conhecemos hoje como a posição da estrela Alpha Lyrae, Vega.


Cerca de 5 graus a sudoeste de Vega, a estrela Alpha Lyrae,  acontece a Chuva de Meteoros denominada como As Liridas, por volta de 22 de abril - advindas do Cometa Thatcher, de 1861.

Extraído da revista Sky&Telescope, edição de abril de 2001.


 Com um abraço estrelado,
Janine Milward




Temas a serem Apresentados neste Trabalho:
O Mito
Posicionamento
Fronteiras
Algumas Informações Interessantes acerca a Constelação da Lira
Observação a Olho Nu e através Binóculos e Telescópios
Algumas Estrelas, em Lira
Aglomerados, Nebulosa e Galáxias (e ainda um Quasar), em Lira



Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Sítio das Estrelas - Parada de um caminho a Caminho do Céu


http://sobrelyra.blogspot.com