Principais Estrelas, Nebulosas, Aglomerados, Galáxias e um Quasar, em Lira

Carta Celeste realizada por Mario Jaci Monteiro - As Constelações, Cartas Celestes


Visitando os Sites abaixo,
 você conseguirá informações atualizadas e preciosas
sobre os Objetos Celestiais de seu interesse:

NASA/IPAC EXTRAGALACTIC DATABASE –
NASA/IPAC Extragalactic Database (NED) -  operated by the Jet Propulsion Laboratory, California Institute of Technology, under contract with the National Aeronautics and Space Administration.


THE NIGHT SKY ATLAS
The night sky atlas creates images of any part of the night sky, allowing easy location of any object. Detailed chart images show all stars visible to the naked eye, the constellations, Messier objects, and names of the brightest stars.

The Internet STELLAR DATABASE
- stars within 75 light-years.  (Plus some of the more well-known "name brand" stars farther away.)



Principais ESTRELAS, EM LIRA:


Vega.  Alpha Lyrae.  Estrela Dupla
Ascensão Reta 18h 36m55.7  Declinação +38o 46m56s
Magnitude visual 0,14 - Distância 26 anos-luz
Magnitude visual 0,1 e 10,5  Distância entre estrelas 62”,84
Magnitude aparente de Vega: 0,03
Classe de Vega: V   Tipo Espectral de Vega: AO

Uma estrela cor de safira pálido, situada na parte inferior da Lira (do ponto de vista a partir do norte em direção ao sul). 

É considerada a quinta estrela mais brilhante do céu, a partir de nossa simples visão desarmada, ou seja, a olho nú (as outras estrelas são, em ordem, Sirius, Canopus, Alpha Centauri e Arcturus - sendo que esta última estrela é  a primeira mais brilhante dos céus do norte, ocupando Vega a segunda posição). 

De Al Wai, Aquela que Cai, e conhecida na antiguidade como o Corvo que Cai, O Abutre Mergulhando, Vultur Cadens.   A Águia que cai, nome latino assim registrado nas Tabuas Alfonsinas, mas cuja origem provém do vocábulo árabe Al Waki - ave de rapina.  Também conhecida como a Águia mergulhando no Ar. Em alguns alfarrábios, é comentado o fato de que Al Waki era usado para denominar as três estrelas formadoras do pequeno triângulo adjuntado à figura maior e quase quadrangular da cosntelação da Lira: as estrelas Alpha, Vega, e Epsilon e Zeta.

O pequeno triângulo formado entre as estrelas Alpha e Epsilon e Zeta  - as duas primeiras atuando como parte da moldura da Lira e a terceira como uma das cordas (que se estende até alcançar a estrela Beta) -, trouxe várias interpretações: para os chineses era Chih Neu, um dos finais da Ponte sobre a Via Láctea - sendo a Águia o outro final (podendo também incluir parte do Cisne) e esta história também era popularmente conhecida na Coreia e no Japão.

Este pequeno triângulo de estrelas era conhecido como 20o. Nakshatva, Abhijt, Vitorioso, a mais norte dessas divisões estelares e muitíssimo distante do caminho da Lua, porém aparentemente utilizada por ser um objeto tão esplêndido e era entendido como trazendo bons fluídos e que sob sua influência os deuses haviam vencido algumas das divindades hindus voltadas para o mal.

Para os árabes, este pequeno triângulo formava um dos muitos Athafyy e considerado ‘do povo’ enquanto outros, bem mais pálidos, em Aries, Draco, Musca e Orion, eram considerados ‘dos astrônomos’ - porquanto os objetos celestes são sempre muito simples para eles (os astrônomos) e invisíveis para o observador comum (o povo).

Para os egípcios, Vega era conhecida como Ma’at, a estrela da Águia, e isso quando esta estrela marcava o pólo norte.  Possivelmente, esta estrela atuaria enquanto ponto de orientação para alguns dos templos em Denderah ainda bem antes do tempo em que a estrela Alpha Ursae Majoris passou a ocupar o lugar de estrela polar.

Na Babilônia, esta estrela era considerada A Mensageira da Luz, Dilgan.

O povo Inuit, do Ártico, onde esta estrela jamais se põe, a denomina Kingulliq, Aquele que se situa atrás - em função do fato de que esta estrela segue a Arcturus, nos céus estrelados.

Para o povo Maori, da Nova Zelândia, Vega é denominada de Wahnui, e seu aparecimento no céu imediatamente antes do amanhecer do dia ditava o momento de plantar a kumara ou batata doce.

Existe um fato bem interessante (extremamente futurista) em relação a Vega: sabemos que Sirius é a estrela mais brilhante do céu, em magnitude visual, é claro.  No entanto, nem sempre Sirius reinou absoluta, ou seja, o reinado desta belíssima estrela teve seu começo em 90 mil anos antes de agora e terminará em mais 210 mil anos à frente - sendo o momento ápice de seu brilhantismo acontecerá mais 60 mil anos à frente.  Então, entrará em cena a estrela Vega, que reinará a partir de 210 mil anos à frente e concluirá seu reinado em 480 mil anos no futuro... e Canopus será a candidata seguinte...  Durante o tempo em que Vega estiver ocupando o lugar de estrela mais brilhante, é certo que - permanecendo o eixo da Terra inclinado num ângulo de 23o -, esta estrela também estará ocupando o trono de Estrela Polar a cada 26 mil anos!

Vega atuou como a estrela polar (há cerca de 12 milênios atrás) e os arcádios a chamavam de Tir-ama, A Vida do Céu, e os Assírios de Dayan-same, Juiz do Céu.
Vega estará novamente ocupando o lugar de estrela polar mais cerca de 12.000 anos à frente - sempre a estrela polar mais brilhante!

Vega é a estrela referenciada em relação ao Apex do Sol.  Sobre este Tema, o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão nos explica: “ Nosso sistema solar, como um todo, se desloca através do espaço em direção a Vega, a estrela mais brilhante da constelação de Lira. É bom lembrar que Vega também se desloca pelo espaço, de maneira que, quando nosso Sistema atingir o lugar ocupado atualmente por Vega (+- 26 anos-luz), ela não estará mais em tal posição.

Vega tem como diâmetro 4.315.000 km, 338 vezes maior que o da Terra (que é de 12.756 km). Vega é considerada como uma estrela ainda nova, com pouco mais de 1 milhão de anos.  Nos anos 80, foi descoberto um anel de poeira à sua volta - o que poderia sugerir planetas (mesmo que sejam planetas, dificilmente caberiam vida porquanto a estrela é ainda muito jovem)... mas depois chegou-se à conclusão de devem ser detritos de massas celestes. 

No entanto, mais recentemente, descobriu-se que este disco circum-estelar em torno a Vega é certamente algo interessante e possui um formato que sugere influência gravitacional de um possível planeta gigante atuando uma órbita excêntrica.
Modelos realizados em computador sugerem esta realidade e inserem Vega na lista de sistemas que podem abrigar extrasolares planetas.  Com isso, o paradigma acerca discos pode efetivamente mudar.




Sheliak - Beta Lyrae - Estrela Dupla e eclipsante (Variável).
Ascensão Reta  18h48m       Declinação +33o.18
Magnitudes:  Max 3,4    Min 4,3      Período 12,9
Tipo LIR     Espectro B9  Distância 300 anos-luz

Provém do árabe Al Shelyak, ou seja, um dos nomes árabes para a  Lira. Também este nome é conhecido como A Tartaruga (reza o mito que a lira foi feita a partir do casco da tartaruga).
 Sheliak situa-se cerca de 8o. sudeste de Wega e 2 1/2o. oeste de Sulafat.
Na China, esta estrela, juntamente com as estrelas Delta e Iota, eram chamadas de Tsan Tae.

As mudanças em seu brilho mostraram um aumento regular de período de variação de 12 dias e 22 horas, com  muitas flutuações de natureza um tanto complexa.
Assim como Gamma Cassiopeaiae e outras estrelas variáveis do tipo Sírio, mostra em seu espectro não somente as  usuais linhas escuras mas também as linhas brilhantes de gases, hidrogênio e helio bem abundantes. A conclusão é de que a estrela maior deve consistir de ao menos dois corpos luminosos rodando em torno a um centro comum de gravidade numa velocidade bem grande e o período da revolução é igual ao período de variabilidade.

Suas duas estrelas brancas e bem alongadas como um resultado de suas atrações mútuas gravitacionais e rápidas rotações.  Estão tão próximas uma à outra que suas atmosferas se entrelaçam e matéria é levada da estrela maior para a estrela menor. Ao mesmo tempo, algum gás escapa num jorro espiralado para o espaço ao redor.




Sulafat - Gamma Lyrae
Magnitude 3.2   Classe III  Tipo Espectral  B9   Distância 200 anos-luz

A Tartaruga, outra denominação para esta constelação. É possível que também esta estrela tenha ganho este nome por apresentar sua posição na moldura da Lira.
Estrela amarelo brilhante.

A um terço da distância entre as estrelas Beta e Gamma Lyrae, encontra-se a maravilhosa Nebulosa do Anel, NGC 6720, M57, descoberta em 1772 embora sua forma aparentemente anular tenha sido revelado mais tarde, por William Herschel em suas observações.
Telescópios mostram sua forma um tanto indefinida em suas extremidades, com uma abertura escura ao centro acolhendo pálidas estrelas bem como, através lentes potentes, uma estrela bem proeminente se revela.
O espectro da nebulosa e da estrela central é puramente gasoso.  Embora pareça oval para nossos olhos, é supostamente quase circular porém visto obliquamente.  Esta nebulosa pode ser visualizada através telescópios pequenos.



Delta Lyrae - Estrela Dupla Variável
Distância 800 anos-luz  Tipo Espectral B9    Classe III

Na China era denominada de Leen Taon, Caminhos Interiores no Palácio.

Para espanto de alguns autores e comentários, a observação da Estrela Dupla Delta é realmente um ato de tirar o fôlego - tal a surpresa da visão encontrada!  Mesmo através binóculos, é possível resolver esta questão exatamente buscando ao centro de Delta  1 e Delta 2 uma belíssima coleção de jóias espalhadas...: e estaremos diante de um tipo de aglomerado aberto espaçadamente agrupado e nomeado de Stephenson 1.  A estrela cor de topázio Delta 2 é bem mais chamativa e ancora um asterismo próximo ao seu centro delineado como um diamante.  Delta 1 e as próximas duas brilhantes estrelas são de cor azul turquesa.  Existe um ziguezaguear de estrelas que inclui duas grandes duplas acontece a noroeste do aglomerado.  Através grandes telescópios, são reveladas cores num encadeamento de estrelas de 9 a 11 magnitudes que começa entre Delta 1 e Delta 2: muitas dessas estrelas são de cor safira porém a gema central é um outro sol topázio.  O comentário que se faz é que, depois do Aglomerado Duplo em Perseus, esta jóia preciosa situada em Lira nomeada de Stephenson 1 e bem pouco conhecida é, certamente, o aglomerado mais colorido dos céus do norte! 




Epsilon Lyrae - Duas Estrelas Duplas (Double Double) - Sistema Quádruplo
AR 18h42m  Dec. + 39o.37
Magnitude visual 5,1 e 6,0 (estrelas amarelas) - 5,1 e 5,4 (estrelas brancas)
  Distância entre estrelas 2”,68 e 2”,34
Distância  150 anos-luz

Duas estrelas duplas formando um sistema quádruplo e o sistema inteiro é atado entre si gravitacionalmente.  Não é comum encontrar um sistema dessa natureza e esta interação gravitacional tão complexa pode bem envolver outras estrelas.
São conhecidas como Duplas Duplas (Double Double), cada par separado possivelmente realizando  uma revolução num período de mais de duzentos anos e ambos os pares realizando a revolução em torno a um centro de gravidade em comum e em período que pode ser medido em milênios - devido ao fato de que sua medição ao longo de vários e vários anos não mostrou qualquer sensível moção orbital.

Leia mais sobre a importância da estrela Epsilon Lyrae mais abaixo, no Texto sobre Zeta Lyrae e a formação, juntamente com a estrela Alpha Lyrae, Vega, do Pequeno Triângulo tão cantado pelos povos antigos.  E também, neste Trabalho Sobre a Constelação da Lira, nos Textos voltados para Algumas Informações...... e Observação do Céu......., encontre outros tantos comentários acerca este Pequeno Triângulo.




Zeta Lyrae - Estrela Dupla
Juntamente com a Estrela Epsilon Lyrae e com a Estrela Alpha Lyrae, Vega, Zeta Lyrae forma um belo Triângulo na constelação, representado miticamente por vários povos. 
Tanto  Epsilon Lyrae quanto Zeta Lyrae são estrelas Duplas - bem como Vega.

A este Pequeno Triângulo foi delineado a figuração de um Pássaro, advindo de Al Waki, vocábulo mais conhecido em relação à Vega, a Alpha Lyrae, porém também usado para designar este triângulo. 

Em vários desenhos dos mitos das constelações, nas cartas celestes, são encontrados representações de um instrumento musical de cordas - lira, harpa, violino, cítara, címbalo - sendo encimado, amalgamado a um pássaro ou a um casco de tartaruga (de acordo com o mito original, da lira construída por Mercúrio a partir dos restos desse animal).

Neste Trabalho Sobre a Constelação da Lira, nos Textos voltados para Algumas Informações...... e Observação do Céu......., encontre outros tantos comentários acerca este Pequeno Triângulo.



Aladfar - Eta Lyrae
Nome árabe que designa o toque do dedo na harpa.



Mu Lyrae - Al Athfar
As Garras da Águia que Cai, descrita como uma estrela pálida diante de uma estrela brilhante, ou seja, a oeste de Vega.



Sigma 2470 e Sigma 2474 - Duas Estrelas Duplas (Double Double)
- Sistema Quádruplo

Outro Sistema Double double (Duplo duplo)  pode ser observado a cerca de 7 graus sudeste de Epsilon Lyrae, a famosa Double double (Dupla dupla) da constelação da Lira! 
Este sistema foi descoberto no começo do século dezenove ganhando a denominação de Sigma2470 e Sigma2474, sendo que a magnitude do primeiro par realiza-se através 7.0 e 8.4; o segundo par realiza-se através 6.8 e 8.1.  Quanto ao primeiro par, encontram-se as estrelas tão distantes que não se tem a segurança de que sejam realmente binárias; o segundo par, por outro lado, é certamente uma estrela binária.
Este sistema não é comum de ser encontrado nos alfarrábios - porém pude constatar que aparece em Norton’s Stars Atlas como uma estrela dupla.



R Lyrae - Estrela Variável Irregular
Ascensão Reta 18h53m        Declinação +54o.53
Magnitudes:  Max 4,0    Min  4,5    
Tipo   IRR    Espectro M5





NEBULOSAS, EM LIRA:




M57 - NGC 5720 - A Nebulosa do Anel
Ascensão Reta  18h53m35      Declinação +33o.01 m4
Tipo Nebulosa Planetária   NP      Dimensão  1,2       Magnitude 18
Magnitude da Estrela associada   15         Distância em anos-luz 5,0

A um terço da distância entre as estrelas Beta e Gamma Lyrae, encontra-se a maravilhosa Nebulosa do Anel, NGC 6720, M57, descoberta em 1772 embora sua forma aparentemente anular tenha sido revelado mais tarde, por William Herschel em suas observações.
Sua magnitude é de 9 e sua dimensão é de 2.5”. 
Esta é uma das mais familiares nebulosas planetárias. 

Telescópios mostram sua forma um tanto indefinida em suas extremidades, com uma abertura escura ao centro acolhendo pálidas estrelas bem como, através lentes potentes, uma estrela também pálida se revela.  É uma estrela azul-anã, muito quente.  A intensa radiação dessa estrela é absorvida pela nebulosa e re-emitida na região visível. 

O espectro da nebulosa e da estrela central é puramente gasoso.  Embora pareça oval para nossos olhos, é supostamente quase circular porém visto obliquamente.  Esta nebulosa pode ser visualizada através telescópios pequenos.

Surgindo pela morte de estrela parecidas com o Sol, as nebulosas planetárias representam a breve porém gloriosa fase final da evolução estelar. Os envoltórios gasosos são ionizados por uma fonte central extremamente quente, o núcleo colapsado de uma estrela que esgotou todo o combustível por fusão nuclear.


NGC 6765 - Nebulosa Planetária
Ascensão Reta 19h11.1m   Declinação 30o.33’
Magnitude visual 12.9   Dimensão 38”
Apenas um grau a oeste de M56, situa-se a estranha nebulosa planetária NGC6765.  é uma nuvem pálida com um miolo brilhante e uma estrela de 14a. magnitude em sua extremidade nordeste.




AGLOMERADOS, EM LIRA:


M56 - NGC 6779 - Aglomerado Globular
Ascensão Reta 19h16m35.5s       Declinação +30d11m04s

M56 possui a magnitude 8.3 e a dimensão de 7”, portanto bastante brilhante e grande, um tanto irregular, rica e bem condensada, podendo ser encontrada a 3.8o. NW de Albireo, a estrela Beta Cygni.  Porque a Via Láctea passa extremamente próxima a este objeto, isso pode ser considerado tanto um problema quanto uma bênção: o problema acontece pelo fato de não deixar que M56 se apresente através seu devido valor de brilho e de dimensão; a bênção acontece através o fato de M56 se situar em um lugar de extrema riqueza dos céus estrelados.



NGC 6791 - Aglomerado Aberto
Ascensão Reta 19h20m53.2s     Declinação +37d46m19s
Já na extremidade  leste da constelação da Lira e próxima à fronteira com o Cisne, situa-se este aglomerado aberto considerado um dos mais antigos e estimado em cerca de 9 bilhões de anos.



Aglomerado Aberto - Stephenson 1
Para espanto de alguns autores e comentários, a observação da Estrela Dupla Delta é realmente um ato de tirar o fôlego - tal a surpresa da visão encontrada!  Mesmo através binóculos, é possível resolver esta questão exatamente buscando ao centro de Delta  1 e Delta 2 uma belíssima coleção de jóias espalhadas...: e estaremos diante de um tipo de aglomerado aberto espaçadamente agrupado e nomeado de Stephenson 1.  A estrela cor de topázio Delta 2 é bem mais chamativa e ancora um asterismo próximo ao seu centro delineado como um diamante.  Delta 1 e as próximas duas brilhantes estrelas são de cor azul turquesa.  Existe um ziguezaguear de estrelas que inclui duas grandes duplas acontece a noroeste do aglomerado.  Através grandes telescópios, são reveladas cores num encadeamento de estrelas de 9 a 11 magnitudes que começa entre Delta 1 e Delta 2: muitas dessas estrelas são de cor safira porém a gema central é um outro sol topázio.  O comentário que se faz é que, depois do Aglomerado Duplo em Perseus, esta jóia preciosa situada em Lira nomeada de Stephenson 1 e bem pouco conhecida é, certamente, o aglomerado mais colorido dos céus do norte! 





GALÁXIAS, EM LIRA:

NGC 6745
Ascensão Reta 19h01.6m   Declinação 40o. 45  Magnitude 12,3
Galáxia pequena e pálida porém com uma aparência que sugere uma observação em função do fato de que não possui um halo que a circunda e sim apresenta um disco lenticular orientado norte sul e com a extremidade oeste mais achatada.  Esta galáxia é um sistema de interação de três outras galáxias e é preciso uma imagem de alta resolução do trio para se fazer sentido à forma estranha que  é vista através o visor.



NGC 6703
Ascensão Reta 18h47m18.8s   Declinação +45o.33m02s
Esta é uma galáxia lenticular que não é facilmente identificada num campo de visão coalhado de estrelas e em telescópios de pequena potência parece quase estelar.  Um telescópio potente pode revelar um halo pequeno, arredondado e pálido apresentando um núcleo central condensado bem mais brilhante porém pequeno e não estelar.



NGC 6702
Ascensão Reta 18h46m57.6s   Declinação +45o.42m20s
Galáxia elíptica situada a 10’ norte-noroeste de NGC 6703 - sendo um pouco mais pálida e menor do que sua companheira, embora bem similar em aparência.  Seu  halo também possui um núcleo brilhante porém não tão brilhante quando aquele que pode ser visto em NGC 6703.



IC 1296
Ascensão Reta 18h53m18   Declinação +33o.04m0  Magnitude 14.8
Esta é uma galáxia muitíssimo pálida e que pode ser observada a 4’ noroeste de M57, a Nebulosa do Anel. 



UM QUASAR
 na direção da estrela Vega, Alpha Lyrae:

A oeste de Vega, porém imensamente mais distante, situa-se um enigma astrofísico:  um quasar apresentando variações extremamente rápidas no brilho de seu radio.  De fato, é possível que a própria estrela Vega seja a responsável.

As flutuações ultra rápidas de QSO J1819+3845, um quasar cerca de 5  bilhões de anos-luz de distância, foram descobertas em 1999 e se afirmava que a luminosidade de radio mudava através os fatores de 4 ou 5 no tempo de uma hora e, em alguns momentos, existiam 10 por cento de variações no período de um minuto. 

Qual seria então o enigma?  O problema repousa na velocidade da luz.  Se o quasar flutua em um minuto, não pode ser maior do que um minuto-luz (18 milhões de quilômetros) em sua extensão.  De outra forma, as mudanças no brilho esmaeceriam em função do fato de que a radiação da parte traseira do quasar levaria mais tempo para nos alcançar.  No entanto, para   um objeto assim tão pequeno  emitir tanta radiação, sua temperatura deve ser assustadora - e fisicamente impossível...  a não ser que as flutuações não pertençam intrinsecamente ao quasar e sim a algum material que se interpõe.  E é essa exatamente a causa dessa situação.

Os astrônomos calculam que a nuvem de gás turbulento causando as flutuações no quasar é cerca de 30 anos-luz de distância e está sendo ejetada através nossa linha de visão em cerca de 30 quilômetros por segundo.  Em função do fato de que Vega se encontra a 25 anos-luz de distância, os cientistas sugerem que o plasma turbulento deve ser relacionado à massa perdida pela estrela - que se situa a 1.5 anos-luz da linha de visão. 



Com um abraço estrelado,
Janine Milward



Temas a serem Apresentados neste Trabalho:
O Mito
Posicionamento
Fronteiras
Algumas Informações Interessantes acerca a Constelação da Lira
Observação a Olho Nu e através Binóculos e Telescópios
Algumas Estrelas, em Lira
Aglomerados, Nebulosa e Galáxias (e ainda um Quasar), em Lira



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -

Para este Trabalho Sobre a Constelação de Lira somente - com síntese e tradução literal de Janine Milward:

Exemplares da revista Astronomy
.  de setembro de 1998 - algumas indicações sobre Nebulosas e Aglomerados e Galáxias em Lira foram extraídas do artigo Cygnus & Lyra, de Tom Polakis, páginas 82 a 86.  Incluído neste mesmo artigo e na página 85, encontra-se um texto de Andrea Gianopoulos, editora desta Revista, narrando sobre os Mitos das constelações do Cisne e da Lira e o trecho final, tratando sobre o povo nativo norte-americano Chumash, foi traduzido por Janine e inserido nas partes que tratas sobre O Mito de Lyra, sobre Observação a Olho Nú e sobre Algumas Informações Interessantes, neste Trabalho;
.  de junho  - artigo sobre a Precessão e agosto de 2002.

Exemplares da revista Sky&Telescope
      . de abril de 1998 - síntese de um artigo sobre o disco envolvendo a estrela Vega e que pode estar escondendo planetas  e também, nesta mesma edição, síntese de um artigo intitulado Once e Future Celestial Kings, de autoria de Jocelyn Tomkim, páginas 59/60/1/2/3.
       . de julho de 1998 - artigo sobre as estrelas Sigma Lyrae - outro par de estrelas binárias;
       . de maio de 2002 - Extraído e sintetizado e traduzido por Janine de um artigo de Govert Schilling com o sugestivo título de Twinkle, Twinkle, Little Quasar (Pisca, Pisca, Pequeno Quasar);
       .  de  agosto de 2001 páginas 116/6/8  - Extraído e sintetizado e traduzido por Janine do artigo Lyra as a Deep-Sky Sampler (Lira como um Modelo de Céu Profundo) de autoria de Alan Whitman;
-          e abril de 2001  - artigo sobre a Chuva de Meteoros Líridas.


Acerca esta Constelação e a todo o Projeto Da Terra ao Céu e ao Infinito - As 88 Constelações:

COMPILAÇÃO (com todo o respeito)
E TRADUÇÃO literal (quando necessária)
de Janine Milward:

- Richard Hinckley Allen, Star Names, Their Lore and Meaning, Dover Publications, Inc, New York, USA

-  Arthur P. Norton and J. Gall Inglies, Norton’s Stars Atlas and Telescopic Handbook  - Sky Publishing Corporation, Cambridge, Massachusetts, USA

-  Wil Tirion - Atlas of the Night Sky - The Hamlyn Publishing Group Limited, London, England

-  Antonin Rükl - The Hamlyn Encyclopedia of Stars & Planets - The Hamlyn Publishing Group Limited, London, England


-  Nasa/Ipac Extragalactic Database - O Site
-  http://em.wikipedia.org/
-  http://www.atlasoftheuniverse.com
- Hawaiian Astronomical Society - O Site

-  Mario Jaci Monteiro , As Constelações, Cartas Celestes -
Apoio: CARJ/MEC/CAPES/PADCT-SPEC  -  com dedicatória do autor para mim, em março de 2004 (quando Mário Jaci generosamente me presenteou com um instrumento de observação (kepleriano) artesanalmente construído por ele).  A CARTA CELESTE APRESENTADA NESTA PÁGINA É DE AUTORIA DE MARIO JACI.

- 6a. Edição do Atlas Celeste
de autoria de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão,
Editora Vozes, Petrópolis, ano de 1986
(com dedicatória do próprio autor para mim
em evento realizado no Museu de Astronomia do Rio de Janeiro,
em 16/06/1989)


-  Identificação do Céu (Livro que foi sendo revisado e reeditado algumas vezes) de autoria de Fernando Vieira,
Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro
(com dedicatória do próprio autor para mim em Curso de Identificação do Céu,
em 30/07/1999))


Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Sítio das Estrelas - Parada de um caminho a Caminho do Céu

http://sobrelyra.blogspot.com


Observação a Olho Nú ou Através Binóculos e Telescópios

Carta Celeste realizada por Mario Jaci Monteiro



LYRA, A LIRA

Compilação
e Tradução (quando necessário)
e escrita (em muitos comentários):

Janine Milward



OBSERVAÇÃO A OLHO NÚ
OU ATRAVÉS BINÓCULOS E TELESCÓPIOS

Gostaria lembrar ao Caminhante do Céu, Amigo das Estrelas,
que minha visão a olho nu do céu estrelado acontece a partir do Sítio das Estrelas,
onde sou enraizada na Terra,
através as coordenadas Latitude 21s52 e Longitude 43w00.
Proponho, então, que o Caminhante do Céu vá fazendo suas retificações
de acordo com o sítio onde estiver situado em suas observações do céu.


Observação a Olho Nú

A Lira é uma constelação sempre maravilhosa e nos trazendo seu encantamento, seja através a observação a olho nú, ou através binóculos e telescópios.

A Lira, enquanto um instrumento musical, pode sempre estar nos apresentando apenas um dos instrumentos de sua grande orquestra....; ou pode sempre estar nos apresentando alguns ou mesmo (quase) todos os instrumentos/objetos celestiais de sua grande orquestra..;. e ainda o maestro apontando seu super telescópio para poder amealhar outros demais instrumentos/objetos celestes que aguardam serem revelados ao público sempre disposto a aplaudir a doce musicalidade advinda dessa belíssima constelação dos céus estrelados do norte! 

O simples e singular instrumento musical da Lira acontece quando a observamos a olho nú e nos deixamos encantar pela delicada música realizada através de suas cordas tremulantes sendo dedilhadas pelo mito de Orpheu. 

Alguns ou mesmo (quase) todos os instrumentos/objetos celestiais de sua grande orquestra acontece quando a observamos através simpáticos telescópios, de menor ou de maior potência.  Surgem objetos celestes admiráveis, fundamentalmente entra em cena a belíssima e sempre tão buscada e observada Nebulosa do Anel!

 O maestro regendo a grande orquestra e ainda revelando mais e mais instrumentos/objetos celestiais que aguardam por seus momentos de entrada..., acontece quando os super telescópios e a tecnologia cada vez mais avançada das várias formas de fotografia são direcionados para esta constelação!  Aglomerados e Galáxias entram em cena e tomam seus lugares.

Eu diria que, nesta orquestra dos céus, o lugar do solista é ocupado pela estonteante Nebulosa do Anel que vai sendo revelada mais e mais em seus profundos segredos que repousam em seu interior aparentemente vazio e que vai se enchendo de estrelas, pouco a pouco - quanto mais avançadamente a astronomia caminha, mais profundamente investiga e traz à luz objetos celestiais ainda nem sonhados em nossa vão filosofia...!  Talvez possamos pensar que o maestro seja representado pela segunda mais brilhante estrela dos céus do norte e a quinta mais brilhante estrela de todos os céus: Vega.

Você e eu, Amantes das Estrelas, somos o público e nos posicionamos ansiosamente diante do belíssimo espetáculo apresentado no palco dos céus estrelados!

Abençoados eram os observadores e amantes dos céus estrelados de outrora, ainda quando não havia a luz elétrica iluminando as cidades e escondendo as luzes noturnas!  Para estes privilegiados observadores, as noites entre Lua Minguante e Lua Nova (e ainda os dois a três a quatro a cinco primeiros dias de Lua em novo ciclo), eram momentos de embevecimento total quando se colocavam sob o manto de estrelas da abóbada celeste!

Quando eu digo “noites entre Lua Minguante e Lua Nova (e ainda os dois a três a quatro a cinco primeiros dias de Lua em novo ciclo)”, eu quero me referir ao fato de que, na minha prática pessoal de vivência já por longos anos em sítios mais distanciados da poluição luminosa das cidades, venho observando que a Lua em novo ciclo a partir do quarto/quinto dia, já começa a clarear de tal maneira o céu que muitas estrelas já começam a empalidecer....  E, com o andar da carruagem da Lua subindo até o zênite e alcançando seu momento de Lua Crescente..., e depois, buscando o leste e alcançando seu momento de Lua Cheia..., praticamente todas as estrelas vão não somente empalidecendo, vão literalmente desaparecendo, desaparecendo..., até que restam apenas as grandiosas e brilhantes e principais estrelas, donas do palco celestial, e algumas poucas outras, estrelas coadjuvantes, nesta grande peça estelar da vida. 

Certa vez, um amigo meu astrônomo amador, veio me visitar no Sítio das Estrelas (e me presenteou com um telescópio kepleriano por ele mesmo artesanalmente construído!), e me disse, afirmou mesmo, que os antigos povos desenhavam e figuravam e delineavam as constelações quando eram tempos entre Luas Crescente e Cheia...  Não e Não, caro amigo das estrelas!  Não e Não. 

Minha prática de observação a olho nú, já por tantos e tantos anos morando em lugares de céus escuros e transparentes, é que o albedo, a luminosidade projetada da Lua é tão grande que ilumina nossos passos nos campos, nas estradinhas vicinais, nos traz olhos de coruja: na zona rural, na roça, à noite a tudo podemos ver!  Ao mesmo tempo, o albedo, a luminosidade lançada pela Lua vai apagando estrelas e constelações e a Via Láctea vai se desfazendo...  Em tempos de Lua Cheia em lugares mais distantes da poluição luminosa das cidades, é possível até que leiamos um livro sob seu albedo, acredite, caro amigo das estrelas!  Em tempos de Lua Cheia, o que podemos ver no céu estrelado na roça é praticamente o mesmo que pode ser visto nas cidades iluminadas..., com a simples diferença de que nas cidades, a Lua se torna apenas um disco iluminado, ou seja, não se percebe seu albedo, que pena, apenas um tom de maior claridade, a meu ver.

Voltando aos privilegiados povos antigos, carentes de maior iluminação em suas vidas caseiras e sociais noturnas porém felizes por possuírem o manto de estrelas a lhes trazer aconchego ao corpo e ao coração...: dentre todo festival de estrelas mil e de constelações tantas a lhes deixarem zonzos de histórias e mitos..., o som celestial da Lira sempre, sempre, sempre, lhes chamou a atenção, lhes fizeram voltar seus olhos para uma estrela maravilhosa, Vega - a estrela Alpha da encantadora e delicada constelação da Lyra, sempre moradora dos céus do norte, sempre protegida pela Cabeça do Dragão protetor do Pólo Norte Celestial, sempre perfazendo um belíssimo Triângulo com outras duas estrelas também maravilhosas e bem posicionadas: Altair, Alpha Aquilae, situada a menos de 10 graus ao norte da Linha do Equador Galáctico, e Deneb, Alpha Cygnus, abrindo e esticando suas asas de forma a abraçar o mundo, voando através os céus estrelados do norte!

Este é o chamado Triângulo do Verão (verão para o hemisfério norte e inverno, para o hemisfério sul, naturalmente).  São dois pássaros voando - Águia e Cisne - e um instrumento musical tocando - Lira, Violino, Címbalo, Harpa, Cítara -, e também sempre não podemos nos esquecer que a constelação da Lira tem sido denominada de Vultur Cadens, Águia que Cai, Abutre Mergulhando, ou seja, formando uma trindade de pássaros e suas estrelas Alpha - Altair, Deneb e Vega (cujo vocábulo deriva de uma Ave de Rapina, Al Waki) : o Grande Triângulo do céu do norte! 

(Alguns alfarrábios afirmam que o vocábulo Al Waki procurava designar enquanto um Pássaro as três estrelas formadoras do Pequeno Triângulo, ou seja, Alpha, Epsilon e Zeta Lyrae).

Este Grande Triângulo acaba por amealhar, para nossa visão a olho nú, algumas constelações que se encontram em seu entorno:

Primeiramente, eu tenho a dizer que a constelação da Lira atrai minha imediata atenção para os céus do norte e para si e certamente é sempre Vega a estrela a atuar enquanto um verdadeiro farol! 

Em segundo momento, se o observador estiver situado em um sítio de céus escuros e transparentes e em noite de Lua ainda escondida, lua boêmia e/ou adolescente (Lua entre suas fases de Minguante a Nova, de preferência, e/ou Lua em dias iniciais de novo ciclo e já deitada no horizonte oeste), é certo que a Via Láctea estará se apresentando de maneira grandiosa, advinda do Cruzeiro do Sul e logo encontrando o Escorpião e a partir de então, deixando acontecer o Rio do Vazio (denominação minha) que vai correndo entre duas margens de estrelinhas de algodão e novamente encontrando terra firme (ou retorno à Via Láctea tecida pelas estrelinhas de algodão), digamos assim, já na constelação do Cisne e ainda acontecem duas lagoas até que finalmente entra em cena a estrela Alpha Cygnus, Deneb (sendo que o Cisne quase por inteiro voa por sobre as águas da praia do Rio do Vazio e sobre as duas lagoas).

Aquilo que eu, Janine, denomino enquanto Rio do Vazio, é um pedaço de escuridão, de vazio,  de fissura, de hiato, de brecha, que traz uma bifurcação, digamos assim, no caminho das estrelinhas de algodão da Via Láctea, a partir das constelações da Águia, do Escudo, da Cauda da Serpente e de Hércules, e que vai avançando tendo as constelações da Águia, de Hercules, de Sagitta, da Vulpecula e ainda a constelação da Lira em sua fronteira e concluindo seu percurso adentrando o Cisne até encontrar a praia de estrelinhas de algodão e encontrando ainda duas lagoas que terminam aos pés de Deneb, Alpha Cygnus.  Nem sempre os alfarrábios apresentam estas duas lagoas - Norton’s Star Atlas, sim - e optam por concluir o vazio diante de Deneb.

Eu penso, então, que a denominação de Ponte dada por vários povos antigos para o percurso entre as estrelas Alpha Lyrae e Aquilae - Vega  e Altair - se devia ao fato de que (por terem o privilégio de observarem estrelas e Via Láctea em céus escuros e límpidos) estas estrelas Alpha não somente se encontram em margens opostas desse Rio do Vazio como Altair, Alpha Aquilae, encontra-se bem na beirada do caminho das estrelas esfumaçadas (embora praticamente todo o pássaro delineado pela constelação da Águia e quase todas suas estrelas componentes, situem-se cobrindo ambas as margens  e o próprio Rio do Vazio em si), já voltando-se para as constelações que distanciam-se da Via Lactea, como Aquarius, Pegasus, por exemplo; e Vega, Alpha Lyra, encontra-se situada já além do caminho das estrelinhas de algodão (embora o delineamento da constelação da Lira possua um de seus cantos exatamente na praia do Rio do Vazio e siga em direção ao seu miolo caminhando junto à Via Láctea até que a estrela Gamma, Sulafat, se coloque em sua fronteira luminosa e dê início às delicadas cordas da Lira).

O Cisne apresenta, em seu delineamento de constelação, grande parte de seu  vôo realizado através seu imenso corpo alongado em sua cabeça e ainda mais alongado em suas asas, e toda a constelação espraiando-se por sobre as duas margens e os momentos finais desse Rio do Vazio, sendo que sua estrela Alpha, Deneb, já se encontra em terra firme e após duas lagoas escuras, digamos assim, ou seja, o caminho das estrelinhas de algodão volta a fusionar as duas margens e segue adiante, a Via Lactea.  Nem sempre os alfarrábios apresentam estas duas lagoas - Norton’s Star Atlas, sim - e optam por concluir o vazio diante de Deneb.



Extraído de Norton’s Star Atlas, sendo que eu, Janine, inseri o nome das estrelas Vega, Altair e Deneb, para melhor visualização.  Infelizmente, o escaneamento do mapa não acentuou o verde claro da Via Láctea e o branco já amarelado pelo tempo do restante do mapa - fazendo com que a fissura existente entre as constelações Aquila e Lyra não fique visível e menos ainda as duas lagoas antecipando a chegada de Deneb, Alpha Cygnus.  No entanto, este mapa apresenta claramente a linha do Equador Galáctico.


Esses Três Pássaros - Cisne, Águia e Abutre, representados por Cygnus, Aquila e Lyra (sendo que o Pássaro é delineado através as estrelas Alpha, Zeta e Epsilon Lyrae, formadoras do Pequeno Triângulo) -, realizam seus vôos em absoluta interação entre si e entre as margens compostas por estrelinhas de algodão, a Via Láctea, e pelo Rio do Vazio. 



Extraído da Revista Astronomy, edição de setembro de 1998, página 86. 
A inserção dos nomes das estrelas Altair, Vega e Deneb são minhas, Janine, bem como a inversão do mapa, para melhor visualização virtual.


A Ponte, então, se fazia necessária, segundo a percepção mítica dos povos antigos, e esse caminho era direcionado entre as estrelas Altair, Alpha Aquilae, e Vega, Alpha Lyra, e assim acontecia devido talvez ao fato de que Vega portava denominações muitíssimo interessantes, como A Mensageira da Luz (segundo os babilônios), como a mais brilhante Estrela Polar do passado e do futuro, como o ponto em direção ao qual nosso Sol se encaminha para, como um lugar (o Pequeno Triângulo) de bons augúrios.

E também o fato de a estrela Vega ocupar trono cativo a cada quase 26 anos em termos de estrela apontadora para o Pólo Norte Celestial (como aconteceu a mais de 12 mil anos atrás e como acontecerá novamente mais 12 mil anos à frente), rendeu-lhe designação dos arcádios como  A Vida do Céu e pelo assírios como Juiz do Céu.

Os hindús incluíam o Tema do Pequeno Triângulo como 20o nakshatva, Abhijt, O Vitorioso, bem distante do caminho da Lua através a Eclíptica porém não podendo  deixar de ser mencionado devido ao seu encantamento, ao seu esplendor e por ser traduzido em trazer bons augúrios.

O povo Chumash, nativo norte-americano, narrava em seus mitos sobre a constelação da Lira (bem como sobre a constelação do Cisne) um país dos mortos.  Para este povo, as constelações envolvidas pela Via Láctea ou em seus arredores representavam desafios que somente as boas almas poderiam trazer a bom têrmo, serem bem-sucedidas, antes de adentrarem o país dos mortos - e a grande fissura na Via Láctea seria a indicadora desta passagem.

Felizes eram os povos antigos que podiam deixar que seus corações alçassem vôo juntamente com as estrelas Alpha representativas dos Pássaros que compõem o Grande Triângulo - Altair, Vega e Deneb - e deixar suas imaginações ir ainda bem mais distante do que a visão a olho nú dessas constelações e suas estrelas, muito mais além, certamente, e trazer à tona de seus inconscientes mitos tão interessantes sobre a vida e a morte, sobre o ser Vitorioso por enfrentar os desafios da vida diante da sempre presente morte, por orientar-se pela Mensageira da Luz, por ousar cruzar a Ponte sobre o Rio do Vazio de maneira a alcançar a Vida do Céu e então enfrentar, com dignidade de seus atos bem realizados, o Juiz do Céu. 

Felizes eram os povos antigos que podiam se deixar encobrir pelo manto de estrelas contando seus mitos, pelo manto das estrelinhas de algodão da Via Láctea, pelo manto do vazio do céu noturno escondendo seus segredos, segredos de vida e de morte.

Não podemos nos esquecer a questão do Equador Galáctico que vai se insinuando através o delineamento irregular da Via Láctea mas que, no caso do Rio do Vazio traz bom sentido à Ponte imaginária entre as estrelas Altair e Vega - assim como podemos observar em alguns alfarrábios que traçam esta Linha passando bem próxima à Deneb porém afirmando o posicionamento de Altair e Vega em margens opostas.



Extraído de Norton’s Star Atlas, sendo que eu, Janine, inseri o nome das estrelas Altair, Vega e Deneb, para melhor visualização.  Infelizmente, o escaneamento do mapa não acentuou o verde claro da Via Láctea e o branco já amarelado pelo tempo do restante do mapa - fazendo com que a fissura existente entre as constelações Aquila e Lyra não fique visível e menos ainda as duas lagoas antecipando a chegada de Deneb, Alpha Cygnus.  No entanto, este mapa apresenta claramente a linha do Equador Galáctico.


Do lado da margem do Rio do Vazio onde a constelação da Lira se encontra, poderemos, então, observar, ainda mais ao norte, as estrelinhas que compõem a Cabeça do Dragão, Draco, aquele que se enredilha entre as constelações vicinais e sempre candidatas ao Pólo Norte Celestial.  A bem da verdade, esta Cabeça situa-se bem aos pés do Herói Hercules, o Herói Ajoelhado, cuja cabeça e um dos braços estendido acabam encontrando-se  com a maravilhosa jóia do céu do norte, a Coroa Boreal, também protegida pela Cabeça da Serpente que Ophiucus, o Serpentário, segura e divida esta Serpente entre Cabeça e Cauda - sendo que esta última, a Cauda, quase toca a Lira!

Do lado da margem do Rio do Vazio onde a constelação da Águia se encontra, poderemos em sua Cabeça, observar a intenção trina de imitação das estrelas componentes visualmente do Cinturão do Orion, o Gigante Caçador (as popularmente chamadas de Três Marias) através suas estrelas Alpha Aquilae, Altair, acompanhada de Beta Aquilae, Alshair, e de Gamma Aquilae, Reda ou Tarazed. 

A Águia voa altaneira, sempre capitaneada por suas três estrelas imediatamente acima descritas.  No entanto, também em sítios de céus escuros e transparentes, poderemos nos deixar encantar pelas presenças de três pequenas constelações aliadas à Águia.  São elas: Scutum, o Escudo, Delphinus, o Delfim, e Sagitta, a Flecha.  A meu ver, o Escudo não se mostra assim tão claramente, é mais difusa em seu delineado.  No entanto, o Delfim é de uma delicadeza ímpar em seu delineado se apresentando como se fosse uma pedra preciosa sendo esculpida com zelo..., e a Flecha nos faz sempre sorrir ao vê-la pois que se apresenta literalmente enquanto esse objeto!

Certamente, sempre que nos deparamos com a beleza de vôo realizado pela Águia - vôo esse sempre acompanhado pelo Delfim, pela Flecha, pelo Escudo e pelo Cavalo, Equuleus (confesso que não consigo bem visualizar esta pequena constelação) -, podemos ter a referência da constelação zodiacal do Capricórnio, que se apresenta, a olho nú, em um delineado de grande triângulo, realmente.  Em seguimento, entra em cena Aquarius, com seu surpreendente ziguezaguear de estrelinhas tímidas que acabam se enredilhando com os Peixes voltados para testemunharem o mito de Andromeda, através esta constelação acolhedora de nossa irmã-galáxia de mesmo nome e através o Cavalo Alado, Pegasus.

E é certo que nosso olhar voltado para Altair, Alpha Aquilae, estará sempre nos fazendo recordar da presença do Grande Triângulo formado por esta estrela e ainda por Deneb, Alpha Cygnus, e pela nossa tão já decantada e encantada e comentada Vega!  (Confesso ao Caminhante do Céu que meu quarto está voltado para o leste e fico muito feliz quando, já deitada em minha aconchegante cama, posso esperar pela chegada e saudação desta estrela!).

Estivemos comentando sobre o Rio do Vazio (denominação minha) que é acompanhado, em suas duas margens pelas constelações que vim descrevendo mais acima e que possui uma Ponte imaginária e imaginada pelos povos antigos unindo as estrelas Altair, Alpha Aquilae, a Vega, Alpha Lyrae.  Acontece que o Cisne apresenta em seu delineamento de constelação, grande parte de seu  vôo realizado através seu imenso corpo alongado em sua cabeça e ainda mais alongado em suas asas, acontecendo por sobre as duas margens e os momentos finais desse Rio do Vazio, sendo que sua estrela Alpha, Deneb, já se encontra em terra firme, digamos assim, após duas lagoas escuras e então trazendo a conclusão desse Rio do Vazio e se deixando entremear pelas estrelinhas de algodão que dão continuidade à Via Láctea em seu trajeto rumo às constelações bem ao norte, encontrando Cepheus, Cassiopéia... e então retornando ao seu caminho rumo ao sul, começando por Perseus e depois já atravessando o Cocheiro, Auriga, e então se dirigindo, para nosso total encantamento, para acolher Orion, seguir em direção ao Cão Maior e deslumbrar Sírius, a mais bela dos céus estrelados, e então mergulhar nos mares do Navio..., até novamente ajoelhar-se diante da Cruz e abençoar a proximidade do Pólo Sul Celestial... e novamente seguir seu caminho rumo ao Escorpião e sua fronteira com o Sagitário onde nos revela (ou não revela) seus mais profundos segredos escondidos no centro da nossa Galáxia, da Via Láctea, caminho do leite celestial.

O Cisne é uma constelação imensa e muitíssimo arrebatadora, eu diria, porque se apresenta enquanto um verdadeiro e imenso pássaro voando com suas asas inteiramente abertas, esticadas, projetadas rumo norte e rumo sul, cabeça ereta e honrosa, e cauda ainda mais honrosa pois que é representada por sua estrela Alpha, Deneb (deneb é um vocábulo que quer dizer cauda, rabo).

Voltando à constelação da Lira, em sua observação a olho nú:

Aos olhos desnudados - à visão desarmada - do  observador e amante das estrelas posicionado em lugares de céus escuros e transparentes, podemos identificar um pequeno quase retângulo delicadamente marcado pelas estrelas Beta e Gamma Lyrae, Sheliak e Sulaphat, respectivamente - e entre ambas sabemos que se insere a belíssima Nebulosa do Anel (não visível a olho nú, porém) -, e as estrelas Zeta e Delta Lyrae já no lado que se insinua, a partir da estrela Zeta, para a formação do Pequeno Triângulo, ainda adjutando, nesse sentido, as estrelas Alpha, Zeta e Epsilon Lyrae.



Extraído da Revista Sky&Telescope, edição de julho de 1998, páginas 103/4. A inserção da inversão do mapa, para melhor visualização virtual, foi realizada por mim, Janine.



O Pequeno Triângulo extraído de Norton’s Star Atlas por Janine.


A meu ver, o pequeno e quase retângulo composto pelas estrelas Beta, Gamma, Zeta e Delta apresenta as cordas da Lira enquanto que o Pequeno Triângulo, em muitos desenhos ilustrando os mitos das constelações nas cartas celestes, é representado como um Pássaro ou mesmo como um Casco de Tartaruga - em ambos os casos, amalgamados a um instrumento musical de cordas, lira, cítara, címbalo, harpa, violino. 

Em termos da estrela Epsilon Lyrae - a Double double, Dupla dupla - se acaso o céu não estiver tão límpido, é preciso que o observador a olho nú não se esqueça que sempre pode fazer uso daquilo que denominamos enquanto “visão enviesada”.  Essa técnica funciona muito bem, e, em minha prática pessoal (porque meu céu do norte é manchado pela poluição luminosa advinda da cidadezinha onde meu Sítio das Estrelas é situado), especialmente em se tratando da visualização a olho nú da estrela Epsilon Lyrae, que pena. 


Observação através Binóculos e Telescópios e Super-Telescópios

É bem importante que o amante das estrelas saiba que a estrela Epsilon Lyrae apresenta um Sistema Quádruplo conhecido como Double double (Duplo duplo) e, segundo alguns alfarrábios, o observador, com um par de olhos acurados, não teria muita dificuldade em resolver, pelo menos, essa estrela enquanto Sistema Binário.  Penso que um bom par de binóculos consegue dividir esta estrela em um Sistema Binário e um telescópio operando em magnificação de 150 pode mostrar cada um dos dois componentes apresentando sua outra estrela companheira, ou seja, um Sistema Quádruplo.

Hoje em dia, com a inundação incontrolável da poluição luminosa em nossa Terra, eu acredito que, se o observador não estiver situado em lugares de céus realmente escuros e transparentes, deverá se munir de um par de binóculos para bem poder visualizar este pequeno Triângulo, na Lira.

Para nossa total surpresa, na constelação da Lira podemos encontrar outro Sistema Double double (Duplo duplo)  a cerca de 7 graus sudeste de Epsilon Lyrae!  Este sistema foi descoberto no começo do século dezenove ganhando a denominação de Sigma2470 e Sigma2474.     Não se tem plena certeza se o primeiro par é realmente binário; quanto ao segundo par, sim.  Por alguma razão, essas estrelas não aparecem em muitos alfarrábios.





Extraído da Revista Sky&Telescope, edição de julho de 1998, páginas 103/4. A inserção da inversão do mapa, para melhor visualização virtual, foi realizada por mim, Janine.



Uma parte da constelação da Lira extraída de Norton’s Star Atlas por Janine.


Outra estrela muito interessante a ser visitada, inclusive através binóculos, na constelação da Lyra, é estrela Beta, Sheliak, uma variável binária (Magnitudes: Max 3,4 Min 4,3), com uma companheira de magnitude 7.8.  Esta é uma estrela bem conhecida por ser representante-chefe de um importante grupo de estrelas binárias variáveis (a Classe Beta Lyrae). O período de variação acontece em 12.9 dias e as variações no brilho podem ser obervadas a olho nu ou através binóculos e também através a comparação com a estrela próxima, Sulafat, Gamma Lyrae (sendo que a meio caminho entre ambas existe a presença da Nebulosa do Anel, M 57).   

Para espanto de alguns autores e comentários, a observação da Estrela Dupla Delta é realmente um ato de tirar o fôlego - tal a surpresa da visão encontrada!  Mesmo através binóculos, é possível resolver esta questão exatamente buscando ao centro de Delta  1 e Delta 2 uma belíssima coleção de jóias espalhadas...: e estaremos diante de um tipo de aglomerado aberto espaçadamente agrupado e nomeado de Stephenson 1.  A estrela cor de topázio Delta 2 é bem mais chamativa e ancora um asterismo próximo ao seu centro delineado como um diamante.  Delta 1 e as próximas duas brilhantes estrelas são de cor azul turquesa.  Existe um ziguezaguear de estrelas que inclui duas grandes duplas acontece a noroeste do aglomerado.  Através grandes telescópios, são reveladas cores num encadeamento de estrelas de 9 a 11 magnitudes que começa entre Delta 1 e Delta 2: muitas dessas estrelas são de cor safira porém a gema central é um outro sol topázio.  O comentário que se faz é que, depois do Aglomerado Duplo em Perseus, esta jóia preciosa situada em Lira nomeada de Stephenson 1 e bem pouco conhecida é, certamente, o aglomerado mais colorido dos céus do norte!  (*)

A Lira é, certamente, uma constelação que se apresenta visualmente sempre encantadora, seja através a observação a olho nú ou seja através a observação através binóculos potentes e mais ainda, através telescópios de menor ou maior potência , e, certamente através os super telescópios bem como através a tecnologia avançadíssimo em termos de captação das luzes da constelação em várias formas de fotografia que nos deixam inteiramente extasiados! 

Se pensarmos em  Charles Messier, por exemplo, que buscou por objetos que não fossem cometas e os catalogou em sua tão-conhecida Lista, podemos chegar à conclusão que também simples porém bons telescópios podem ser de grande ajuda!  M 57 foi descoberta por Messier em janeiro de 1779, quando um cometa passava nas proximidades.

No caso da constelação da Lyra, Messier catalogou:

M56 - NGC 6779 - Aglomerado Globular
M57 - NGC 5720 - A Nebulosa do Anel
A um terço da distância entre as estrelas Beta e Gamma Lyrae, Sheliak e Sulafat, encontra-se a maravilhosa Nebulosa do Anel, NGC 6720, M57, descoberta em 1772 embora sua forma aparentemente anular tenha sido revelado mais tarde, por William Herschel em suas observações.

A bem da verdade, quanto mais potente o telescópio for, melhor visualização o observador poderá usufruir.  No caso de M57, a Nebulosa do Anel, primeiramente era apenas uma nesga de luz difusa, um objeto difuso, e, com o tempo e com a ampliação da tecnologia da óptica, esta Nebulosa foi apresentando uma estrelinha pálida em seu centro...  e com mais tempo ainda..., quantas outras estrelinhas ainda estão sendo expostas a todos nós?

No entanto, existem algumas situações que não podem ser esquecidas, em relação ao uso de um par de binóculos ou de um telescópio: as imagens estonteantes que normalmente vemos nas fotos advêm dos tratamentos especiais em relação às mesmas, ou seja, as colorações aparecem nas fotos.... e esta imagem da famosíssima Nebulosa do Anel é um exemplo (pois que, através seu telescópio pessoal, caro amigo das estrelas, você verá uma imagem difusa e esverdeada desse belíssimo objeto)!

Segundo alguns alfarrábios, a Nebulosa do Anel é bem pequena, medindo 60” por 70” e parecendo uma estrela de magnitude 9 e fóra de foco...  Inclusive, eu pude observar que alguns autores em seus comentários dizem que é possível encontrar esta Nebulosa através binóculos!   No entanto,  o conselho acerca sua busca é: depois que o finder encontrou a estrela, vá até a principal lente do telescópio usando potência de média a alta e é preciso cerca de abertura 150mm de forma a poder resolver o núcleo central e potência ainda bem maior para que se possa encontrar a estrela de 15a. magnitude, a estrela central.




Existem os bons binóculos e telescópios disponíveis nas boas lojas para serem adquiridos pelos observadores amadores bem como pelos profissionais e existem aqueles super-telescópios a serem manejados apenas por profissionais extremamente experientes e existe toda aquela parafernália imensa de possibilidades de realizar fotografias absolutamente surpreendentes, representações estonteantes dos objetos encontrados no espaço profundo!
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O que muitíssimo me comove em relação à Astronomia é o fato de que de tédio jamais morreremos.... , ou seja, a cada dia estamos diante de uma nova descoberta, de uma nova e estonteante imagem, a cada dia o universo mais e mais se amplia diante de nós! 

Aliás, sabemos que jamais morreremos porque ‘somos todos poeira de estrelas’, ou seja, a vida no universo é sempre existente em sua constante transmutação de estados  - Tema já mencionado neste Trabalho através a exposição da mente dos povos antigos acerca a Ponte sobre o Rio do Vazio (denominação minha dada à fissura na Via Láctea que coloca em margens opostas as constelações da Lira e da Águia).  A Ponte entre a Vida e a Morte já havia sido cruzada por Eurídice (que teve seu retorno à vida abortado pela dúvida e pela ansiedade de seu marido) e por seu amado Orpheu que desceu aos mundos ínferos para buscar sua amada esposa e retornou ao mundos dos vivos para viver uma vida de tristeza... (a dúvida sobre se sua esposa estaria efetivamente o seguindo e realizando o retorno da morte em relação à vida é que lhe trouxe a tristeza para seu próprio retorno à vida).  A Ponte entre a Vida e a Morte foi cantada  elegendo a constelação da Lyra e sua estrela Alpha Vega como A Mensageira da Luz, como A Luz do Céu, O Vitorioso, O Juiz do Céu...

O mito sempre é estruturado em uma verdade; verdade essa contada a partir da formalização de um mito e essa formalização não pertence singularmente a um ser somente, bem ao contrário, faz parte da mente de muitos seres que comungam de uma mesma compreensão sobre uma mesma verdade e que, ao comunicarem entre si sobre estas questões, fazem acontecer o mito, trazem o mito de seus inconscientes para se tornar um mito consciente.

Para que bem possamos compreender o pensamento mítico dos povos antigos estruturado na verdade existente entre a Ponte entre a Vida e a Morte, eu penso que a observação a olho nú é absolutamente essencial no sentido de tentar trazer ao Caminhante do Céu, ao Amante das Estrelas, um tantinho de incentivo para que se distancie um tantinho de seus alfarrábios, de seu computador último tipo mostrando imagens astronômicas verdadeiramente estonteantes..., e deixe que o manto de estrelas o cubra, o permeie, o acolha como se fosse um útero de possibilidades absolutamente infinita de vida!

No caso da constelação da Lira e em observação a olho nú, deixe que o brilho chamativo de Vega leve você a olhar diretamente para os céus do norte e se surpreender com a delicadeza de delineamento de suas estrelas formando, sem dúvida alguma, um instrumento musical que nos faça logo logo nos remeter a uma lira, a uma cítara, a uma harpa, a um címbalo, a um violino..., e deixe que a doce musicalidade da música das esferas, do céu estrelado, o envolva inteiramente, caro amigo das estrelas, e atinja o âmago de seu coração e ali fique morando, para sempre!

Eu penso que, se pudermos nos colocar sob o manto das estrelas e percebermos seus mitos, suas histórias..., e se pudermos também fazer uso de toda a parafernália de avanço de tecnologia nos apresentando alfarrábios e mais alfarrábios sobre estas mesmas estrelas..., seremos felizes ao trazermos para nossa mente uma doce e real fusão entre as mentes pensantes do passado, do presente e ainda também do futuro, sem dúvida alguma.

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Uma de minhas maiores emoções nos fatos astronômicos repousa em algum eclipse total da Lua.  Digo isso porque, sempre que este evento acontece de maneira que possamos presenciá-lo, eu me coloco no deck em frente ao lago no Sítio das Estrelas, sempre munida de travesseiros e cobertores... e me deixo ser enleada e enlaçada pela luminosidade intensíssima da Lua Cheia!  Ao longo dos minutos seguintes (e são sempre muitos, que bom!), vou acompanhando a sombra escurecida tomando conta de um lado da Lua, vagorosamente avançando... até que cobre inteiramente nossa doce Selene, que se transmuta em um círculo escurecido e bem avermelhado, realmente!  Enquanto acontece o avanço dessa sombra escurecida (que somos nós, a Terra), eu vou percebendo que as estrelas que estavam esquecidas, desaparecidas, quase que inteiramente empalidecidas, começam a retornar... a retornar... a retornar.... e quando acontecem os longos minutos (que são sempre longos, que bom!) do eclipse total lunar, todo o céu se apresenta estreladíssimo e encantador!

Existe, no entanto, o momento em que este doce sonho real começa a querer terminar... A sombra começa a se deslocar para o lado oposto de onde entrou... e a luminosidade da Lua começa, vagarosamente, a penetrar de novo em nossa vida... As estrelas vão empalidecendo, deixando suas constelações saudosas, ausentes de suas luzes...  até que finalmente todo o disco lunar volta a se apresentar em sua pujança de Lua Cheíssima, de Plenilúnio..., e o céu, esse imenso palco celeste, nos apresenta novamente apenas suas Estrelas principais e algumas de suas estrelas coadjuvantes...

Quando acontece todo esse espetáculo e a constelação da Lira está presente no céu..., é uma imensa alegria pois que a noite passa a acolher a música das estrelas - além do piar dos pássaros noturnos e dos insetinhos sempre presentes.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward



Temas a serem Apresentados neste Trabalho:
O Mito
Posicionamento
Fronteiras
Algumas Informações Interessantes acerca a Constelação da Lira
Observação a Olho Nu e através Binóculos e Telescópios
Algumas Estrelas, em Lira
Aglomerados, Nebulosa e Galáxias (e ainda um Quasar), em Lira


Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Sítio das Estrelas - Parada de um caminho a Caminho do Céu

http://sobrelyra.blogspot.com